A Beneath No Light surgiu como um projeto do músico Arthur Painless, em São Paulo, há pouco mais de um ano. Como banda completa, ela data de Setembro de 2014. Mesmo relativamente nova, já possui algumas músicas gravadas de forma independente e bem chamativas no que se conhece por Death/Doom. A banda passeia por vários momentos musicais bem construídos e é certamente uma boa pedida pra todos os fãs do estilo.
Formada por: Arthur (Vocais/Guitarra), Ricardo (Guitarra), Joker (Baixo) e Maycon Phantons (Bateria).
Ouça um pouco do som da banda:
https://soundcloud.com/beneathnolightband
A seguir, fizemos uma pequena entrevista com o próprio Arthur para saber mais sobre a banda, os planos futuros, influências e muito mais. Confiram!
1) O que é o Beneath No Light (não só musicalmente, mas o que representa em suas vidas)? Conte-nos um pouco de como a banda surgiu.
Arthur Painless: Olá! Pois bem, a princípio o Beneath no Light não era uma banda, e sim um projeto pessoal meu, havia um tempo já em que eu escrevia as musicas sozinho em meu home studio, meu instrumento primário é guitarra, cheguei a buscar por um vocalista por baixo dos panos, mas sem sucesso, acabei arriscando eu mesmo a fazer os vocais… e parece que deu certo . As musicas representam minha raiva perante aos laços distantes, questões familiares e religiosas, depressão, auto-medicação, falta de esperança em alguns pontos dessa vida passageira e um pouco sobre um relacionamento muito conturbado que passei.
Com algumas musicas na mão, resolvi mostrar para meu amigo do Sul, Ricardo Teixeira, a resposta foi imediata, ele curtiu bastante e rapidamente começamos conversar sobre meu sonho de transformar o projeto em uma banda física. Ricardo é guitarrista experiente, tocou por um tempo numa banda cover de Paradise Lost e é fã convicto do My Dying Bride, tendo uma excelente escola, não tinha dúvidas de que ele era a pessoa certa para empunhar a outra guitarra.
Nosso baixista é um amigo meu que estudou comigo na faculdade, curte bastante som também, e tem habilidade com o instrumento…. foi bem rápida sua adição na banda, pois ele não está na ativa musicalmente, e topou fazer parte da parada. Bateria foi meio complicado, tínhamos uma pessoa engatilhada mas devido a sua rotina corrida com outra banda, acabou não rolando…então, por indicação, conseguimos fazer contato com o Maycon Phantoms , que foi baterista antigamente da banda SoulSad que pertencia ao meu amigo Rafael Sade.
Por hora, estamos ainda organizando a casa, pra iniciar os ensaios agora em Novembro, pois o Ricardo, sendo do Sul, acabamos tendo que lidar com a distância, e ensaiando individualmente em casa usando back-tracks. Mas logo logo já estaremos na ativa para começar tocar por aí.
2) A banda conta com diversos sons já gravados ainda de forma independente, mas já mostrando uma proposta muito interessante. Quais são os planos futuros para regravação das mesmas em estúdio e de um full-lenght?
Arthur: Cara, foi tudo realmente gravado de forma independente , sem nenhum conhecimento prévio em produção, máster e mixagem. Mas nem por isso deixamos de fazer, afinal, eu curto bastante essa parada DIY no estilo raw, achamos que os sons ficaram interessantes… e as gravações são pre-demos para compilar as idéias, resolvemos lançar em público para ver a resposta do pessoal em relação à sonoridade. Como as coisas tem sido positivas, estamos bem ansiosos para entrar em estúdio profissional aqui em São Paulo, com um bom engenheiro de som e produtor, para ai sim lapidarmos nosso som e atingir o resultado final que buscamos.
3) Chama a atenção a veia melódica das músicas, com bastante solos e momentos de passagens mais atmosféricas, o que torna a audição bem diversificada. Quais influências musicais ajudaram a moldar o som da banda e como é o processo de composição?
Arthur: Então, eu sou fã convicto de Paradise Lost, desde pequeno, além de outras bandas renomadas da cena. Minhas raízes são no Doom e Death metal e acho que essa tem sido a maior influência da parada, além de bandas de crust punk e black metal. Meu guitarrista do coração é o Gregor Mackintosh do Paradise Lost, e graças a ter passado metade da minha vida ouvindo esse cara, acho que ele me ajudou bastante a moldar meu estilo de tocar.
Durante o processo de composição, estamos tentando deixar os sons bem diversificados mesmo, com ganchos marcantes, quebras de estruturas, tentar fugir um pouco desse padrão reto de composição que assola muitas bandas por ai. Não queremos gravar 2 trechos diferentes e sair copiando e colando eles até dar o tempo X da musica. Nossa ideia é trabalhar diferentes trechos e ganchos de forma que o som realmente seja envolvente ao ouvinte. Estamos nos esforçando para atingir isso, creio que muita coisa irá mudar quando entrarmos em estúdio, pois com um profissional junto teremos mais visão do que podemos melhorar e agregar no material já existente.
4) Como tem sido o feedback do público até o momento em relação às músicas já divulgadas?
Arthur: Pow cara, a galera ta gostando! Vários amigos me mandam msg, alguns amigos já pegaram camisetas com a gente e talz, o pessoal do Sul , graças ao Ricardo , tem dado um apoio bem legal. Quero agradecer ao Lino da comunidade Doom , que tem nos apoiado bastante também, divulgando o som e prestando elogios (bem exagerados! Haha). Lógico que na cena sempre tem uns babacas invejosos que não conseguiram sair do lugar com suas paradas e ficam tentando te trevar com comentários desnecessários. Mas é como eu digo: todos nós trabalhamos e não precisamos da música pra viver, então vamos fazê-la por prazer. Pros frustrados que não fazem nada da vida e persistem na música visando apenas dinheiro, podem cair fora! Vocês não são honestos consigo mesmos, logo sua música será um reflexo disso.
5) Pode-se dizer que 2014 foi um ano bem frutífero para o estilo, com diversos festivais e bandas novas aparecendo. Qual é a visão da banda sobre a cena brasileira atual no Doom Metal?
Arthur: Cara, a cena é pequena infelizmente, pois a criançada só quer saber de Thrash metal e os nerds, de progressive / melódico, mas felizmente temos excelentes bandas representando a cena pelo pais. No Doomsday pudemos ver o show do Abske Fides que foi bem foda, e em breve teremos o HellLight com Mythological Cold Towers no Blackmore, que sera uma grande noite também.
Infelizmente algumas outras bandas das antigas acabaram sumindo da cena…. por falta de público ou compromissos internos. Espero que as coisas mudem de agora em diante, com essa maior divulgação que está sendo feita, graças a vocês.
Bem, é isso! Grande abraço pro pessoal que frequenta o blog e à comunidade Doom Metal BR que comparece nos shows!
Links oficiais:
Facebook: https://www.facebook.com/BeneathNoLightOfficial
Soundcloud: https://soundcloud.com/beneathnolightband
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCfcc5kncXP-nzkGIX8hsCfQ